Para Inspirar

Avós voltam ao trabalho

Conheça a história de avós que voltaram a trabalhar e relatam como a atividade influenciou em suas vidas

21 de Dezembro de 2018


Na vitrine da loja no número 124, da Rua do Poço dos Negros, em Lisboa, chama a atenção senhoras ativas concentradas no tricô, no crochê e nos bordados. Entre linhas e agulhas, percebe-se que são pessoas de bem com a vida. Esse é o espírito do projeto A Avó Veio Trabalhar, que reúne mulheres acima dos 65 anos para produzir objetos de design. À frente da iniciativa estão Susana António, designer, e Ângelo Campota, psicólogo. Ela voltou de uma temporada em Milão resolvida a fazer algo pelo design português. Ele estava tocado com a questão da ocupação do tempo na terceira idade. Nesse contexto, em setembro de 2014, nasceu o projeto com o objetivo de reintegrar as senhoras do Cais do Sodré a uma vida em comunidade, fugindo dos convencionais programas sociais para idosos. O projeto começou com 12 integrantes. Susana e Ângelo propunham aos idosos sair da inércia com desafios criativos. Começaram criando luvas em cores que as senhoras não costumam usar – como tons fluorescentes – e sugerindo bordados que elas mal conheciam, como caveiras mexicanas. “Elas não estavam acostumadas e contestavam”, recorda-se Ângelo. Mais que uma segunda casa. Em 2014, eram 30 participantes. “Elas começaram a convidar vizinhos e amigos e o grupo foi crescendo”, conta Ângelo. Mas foi quando mudaram para a loja-ateliê com vitrine na Rua do Poço dos Negros que o projeto pôde dar passos mais largos. “Com a loja, começaram a chegar novas avós. Muitas vezes as famílias passam, conhecem o projeto e depois trazem a avó”, explica Ângelo, que hoje coordena o trabalho de 70 senhoras em três polos de Lisboa– a Praça São Paulo, onde tudo começou, na Rua Poço dos Negros e em Campo de Ourique. São pessoas, segundo ele, que querem se manter ativas no lugar de ficarem pensando na morte. “Muitas preferem estar aqui do que em casa”, diz Ângelo. Em plena tarde de uma quinta-feira de inverno em Lisboa, o movimento na loja-ateliê é intenso. Umas vão pegar linhas para novos projetos, outras chegam para aprender pontos de bordados. As agulhas não param, nem a conversa. Elas falam, riem, implicam umas com as outras. Sem juízo de valor, religiões ou ideologias em pauta, a alegria naquele espaço contagia e reverbera. Integradas ao hype de Lisboa. O impacto que o projeto tem na vida das participantes vai além de ocupar o tempo das idosas. A vitrine cheia de peças descoladas mostra que aquelas senhoras estão integradas ao processo de modernização do bairro, um dos que mais vem sofrendo com a mudança da população em um processo de gentrificação, que atinge a nova e hype Lisboa. Além disso, elas se envolvem em diversos projetos da cidade, como o festival de cinema DOC Lisboa, o fim-de-semana cultural Festival Silêncio e até mesmo a marcha LGBT da cidade. “Havia uma senhora de 80 anos que lutou pelos direitos dos homossexuais. Elas despertaram, cresceram como pessoas”, orgulha-se Ângelo, que diz que “é nos lugares mais estranhos que as avós querem estar”. A média de idade do grupo é de 75 anos. Há apenas uma avó com 57 anos, mas fisicamente debilitada. Já a mais velha do grupo tem mais de 90. Apesar do nome, não é um projeto só para mulheres. Há até um avô que faz tapetes. Mas há planos para criar projetos que envolvam marcenaria e outras atividades em que os homens se reconheçam mais. Leia o artigo completo aqui .

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Os novos medos: qual é o seu?

Depois de um ano e meio de pandemia, especialistas já classificam novos medos e suas respectivas siglas. Conheça um pouco mais sobre elas!

27 de Julho de 2021


Em março de 2020, uma crise sem precedentes - que já vinha tomando forma no resto do mundo - se instaurou no Brasil: o coronavírus. Com ele, a necessidade do distanciamento social. As pessoas nunca estiveram tanto tempo dentro de suas próprias casas, imersas em suas próprias mentes.

Já falamos do tema algumas vezes por aqui. Trouxemos as expectativas dos relacionamentos amorosos pós-pandêmicos , bem como das amizades também. Falamos da solitude e do silêncio desses tempos e seus efeitos, como a desvitalização também tratada por aqui .

Explicamos ainda nesta matéria o significado das siglas FOMO e JOMO: o medo de estar constantemente perdendo algo versus a alegria em não fazer parte de tudo em um mundo acelerado, quase como um movimento slow , também tratado aqui e aqui .

Novas siglas

Mas o mundo muda e, com ele, a sociedade e seus sintomas também. Hoje, iremos te explicar as novas siglas do momento: FOGO, FONO e FODA.

FOGO

A sigla descreve o “ fear of going out ”, esse “medo de ir para fora”, em tradução livre - também conhecido como “Síndrome da Cabana” ( cabin fever ). Ele não é exatamente novo, e já vinha sendo usado (e criado) pelo escritor Patrick McGinnis logo após o atentado do 11 de setembro, mas se encaixa perfeitamente agora em tempos de covid. Se o FOMO é o medo de estar perdendo algo incrível “lá fora”, o FOGO é justamente o oposto: é a sensação de que há algo aterrorizante “lá fora”. Esse artigo conta ainda como esse mecanismo foi crucial para a adaptação e segurança dos homo sapiens.

Apesar da ânsia em ver as pessoas queridas, há um certo receio pairando no ar com esse retorno ao ar livre. Pessoas com TOC, germofobia (medo de germes e contaminação), agorafobia (medo de estar em locais públicos), hipocondria (medo intenso e prolongado de ter uma doença) e até claustrofobia (medo de estar em lugares fechados) - todas elas podem ter seus sintomas piorados durante esse período, como revelou matéria no jornal Estadão . E essa “FOGO” pode se intensificar, sobretudo nesses indivíduos.

FONO

Muito semelhante à anterior, o FONO é o “ fear of the normal ”, ou o “medo do normal” em português. Rotina intensa, grandes deslocamentos, alta socialização e todas as velhas responsabilidades de antes pode apavorar aqueles que se adaptaram bem ao home office e não pretendem voltar ao que era. Mas, caso seja necessário, a escritora Arianna Huffington separou em seu site alguns pequenos passos que podem ajudar a suavizar esse retorno tão temido por uns, e tão ansiado por outros.

FODA

Apesar de parecer um palavrão em português, é mais uma das siglas que unem medo e situações, essa criada pela cientista comportamental inglesa Logan Ury. O “ fear of dating again ” é o “medo de namorar novamente”, lembrando que date em inglês pode significar tanto um namoro quanto um encontro - a depender do contexto.

Com o isolamento social, muitas pessoas se perguntam se serão capazes de se relacionar amorosamente novamente. Isso inclui os que viveram toda a pandemia solteiros ou também os que ficaram solteiros ao longo do período. Há o medo óbvio de se contaminar durante a relação, mas há também o temor de não saber paquerar ou ao menos conversar.

O UOL conversou com especialistas para entender: é possível desaprender a socializar? Sim, mas é possível reaprender rapidamente também essa que é uma das nossas principais habilidades enquanto espécie. Aqui eles também separaram algumas dicas para que você consiga ir devagar e logo se soltar! São elas:

  • Começar por uma chamada de vídeo
  • Não se preocupar tanto em impressionar
  • Lembrar que, se você está ansioso, o outro também deve estar
  • Fazer um retorno gradual, como fazemos com a musculação
  • Se proteja, mas não deixe o medo te paralisar

A vacinação avança a passos lentos e começamos a ver uma luz no fim do túnel. Isso não significa que estamos perto de acabar esse pesadelo, mas falar sobre o fim parece enfim mais próximo e palpável. Porém, para esse retorno, é preciso calma, paciência e bastante jogo de cintura.

Não só pela ameaça ainda iminente da contaminação - afinal, os números se mantêm altos - como também pela nossa saúde mental. Leve o tempo que for necessário para se adaptar e lembre-se que estamos todos no mesmo barco. Se você não começou uma terapia nesse período, talvez agora seja de grande valia. Respire, inspire e adapte-se novamente, como sempre fizemos ao longo da história.

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