Para Inspirar

Menopausa só aos 70 anos? A ciência avança nessa direção

Técnica experimental realizada por equipe médica da Inglaterra mostrou-se capaz de adiar o fim da menstruação por até duas décadas

16 de Agosto de 2019


Uma revelação feita recentemente por uma clínica de fertilização da Inglaterra impressionou a comunidade científica — a realização de uma cirurgia capaz de adiar a menopausa por até duas décadas. Até então, todos os medicamentos e dietas direcionados para a fase feminina que começa em torno dos 50 anos apenas aplacavam os sintomas do fim da menstruação, como o calor, a depressão e a falta de libido. “A possibilidade de atrasar a menopausa é extremamente emocionante”, disse Amanda Kallen, endocrinologista reprodutiva e especialista em fertilidade da Yale Fertility Center, nos Estados Unidos, uma das maiores referências em reprodução assistida. Para o ginecologista Eduardo Zlotnik, vice-presidente do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, “é preciso cautela, mas a ideia é ótima e pode ser protetora contra muitas doenças”. A menopausa ocorre com o fim da produção de hormônios femininos, como o estrogênio. Sem ele, a mulher não engravida, envelhece mais rapidamente e se torna vulnerável a doenças, sobretudo as cardiovasculares e as ósseas. A nova técnica, batizada de restauração hormonal, tem base numa lógica simples: retiram-­se, ainda na juventude, pedaços milimétricos da camada externa do ovário, os chamados folículos ovarianos primordiais, trechos que abrigam as estruturas produtoras do estrogênio. Eles são depois reimplantados durante a menopausa — especificamente, doze meses após a última menstruação. Os folículos, que ficam congelados, não sofrem com o envelhecimento natural e ao ser repostos voltam a funcionar. Os especialistas calculam que, se a extração for feita aos 25 anos, eles possam fabricar o hormônio até vinte anos depois da chegada da menopausa. Em tese, a mulher não só teria as características da juventude restauradas como poderia até engravidar. O procedimento foi criado pela equipe da clínica ProFam, cujo proprietário, Simon Fishel, pertenceu à equipe gestora do primeiro bebê de proveta, na década de 70. O tratamento foi aplicado por completo em apenas uma paciente, a professora Dixie-Louise Dexter. Dixie sofria de uma doença que lhe causou a perda do útero e dos ovários aos 32 anos. Ela entraria em menopausa precoce, portanto. Ao se submeter à cirurgia, há um ano, teve a produção hormonal restaurada. “Agora me sinto muito bem, sem os sintomas da menopausa”, disse ao jornal The Sunday Times . A restauração hormonal já era usada em mulheres diagnosticadas com câncer precocemente e que planejavam engravidar. Há, contudo, sérias ressalvas. Diz Edson Borges, especialista em reprodução assistida do Fertility Medical Group: “Ainda é cedo para recomendar o recurso. São necessários estudos que mostrem a inexistência de risco da retirada de folículos na juventude e também da ação do hormônio tardiamente”. De qualquer modo, abriu-se uma janela de otimismo para uma preocupação das mulheres. Fonte: Letícia Passos, para Veja Leia o artigo original aqui .

Compartilhar:


Para Inspirar

Os sonhos durante a quarentena

Como andam os seus sonhos na quarentena? Se a resposta for conturbados, a ciência pode te ajudar a entender o porq

2 de Junho de 2020


O mundo e o país se encontram em meio a uma pandemia, que subitamente nos obrigaram a estarmos fechados em casa, adaptando nossas rotinas e compreendendo as nossas novas limitações. Sem falar na quantidade de notícias que estamos consumindo, acerca do tema e de suas atualizações nem sempre muito positivas. Esse alto fluxo de novas informações refletiu, para muitas pessoas, em suas atividades oníricas, ou seja, nos seus sonhos. Mais do que alta quantidade, há diferentes relatos de pessoas alegando estarem sonhando com mais frequência, mais intensidade e em enredos estranhos, para se dizer o mínimo. Para entender o porquê disso acontecer, é necessário voltar duas casas antes e compreender a real função do sonho. Há diferentes linhas de pensamentos que estudam esse mesmo fenômeno . Para a psicanálise , por exemplo, o sonho nada mais é do que uma resposta do seu inconsciente a tudo que sua psique foi exposta, seja na vida ou somente naquele dia. É por isso que às vezes revisitamos eventos traumáticos, alegres ou até que nos passaram despercebidos enquanto dormimos. Ele é também o responsável por tocar em nossos mais profundos medos e desejos recalcados. para a neurociência , a atividade onírica tem um papel fundamental para nossa sobrevivência. Isso porque ela nos expõe a situações que poderiam acontecer na vida real, nos preparando para tais eventos antes mesmo de seu acontecimento. Por fim, a medicina como um todo entende que, enquanto sonhamos, ativamos áreas cerebrais nem sempre estimuladas ao longo do dia. Isso tem um ponto bastante positivo: enquanto estamos concentrados em sonhar, as outras atividades do nosso cérebro podem se concentrar somente em sua atividade principal, que é a regeneração de nossas células. Agora que entendemos o sonho sob diferentes óticas, vamos entender as possíveis razões que estão tornando esse momento do nosso dia um tanto conturbado durante a quarentena. Elaboração da realidade Seguindo a linha de raciocínio psicanalítica, os sonhos podem estar mais intensos na quarentena porque, naturalmente, estamos sentindo mais medo e sendo expostos à desafios completamente novos. Isso tudo nos afeta em algum grau, e o sonho pode ser uma tentativa que o nosso inconsciente encontra de elaborar todas essas incertezas, dar forma e rostos à ela, tornando mais fácil a compreensão a nível consciente desse momento. Uma equipe de cientistas está inclusive compilando esse material onírico para compilar e estudá-lo posteriormente. Formada por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o grupo já reúne mais de 500 relatos. Ainda é cedo para se ter uma conclusão, como conta o professor Gilson Ianinni, da UFMG, para reportagem da BBC . Mas alguns padrões já podem ser analisados, como medos e angústias surgindo de formas metaforizadas, sensação de alívio ao perceber que não estão sozinhos e, enfim, uma melhor elaboração da realidade ao seu redor e do seu próprio sonho ao colocá-lo em palavras. Realidade estressante A falta de estímulos externos e a alta exposição a sentimentos como ansiedade, medo, incerteza e fúria, pode nos colocar em uma situação cerebral muito estressante, alterando até mesmo nossos níveis hormonais, como alta no cortisol e baixa na serotonina. Isso pode gerar, dentre outras coisas, uma má qualidade no sono, insônia ou até excesso de sono, vai depender do organismo de cada um. E, ainda que o sujeito consiga dormir suas horas necessárias, alega acordar se sentindo cansado, pois teve que despender energias também durante o sono, que deveria ser relaxante mas não é. Isso porque, para dormirmos bem, precisamos estar relaxados como um todo. Quem nunca foi dormir com um turbilhão de pensamentos negativos na cabeça e enfrentou dificuldades? A quarentena é como uma sucessão de noites como essa, o que acaba por refletir em nossos sonhos, já que estamos expostos a isso. Mais ciclos REM Ciclos REM são ciclos do sono que podem durar até 120 minutos e acontecer mais de uma vez por noite. É quando temos nossos sonhos mais vívidos, e também quando nossos olhos se movimentam mais rápido, pois é uma fase em que sua atividade cerebral está em pleno funcionamento. Alguns especialistas acreditam que estamos tendo mais ciclos como esse durante nosso sono, em especial os que estão dormindo mais tempo, pois há mais oportunidade desse ciclo acontecer. Por termos mais ciclos REM, consequentemente, temos mais sonhos vívidos e intensos. Atrelado às duas hipóteses anteriores, como exposição ao estresse, é a receita perfeita para os pesadelos. É nesse momento do sono que também costumamos acordar ou termos mais probabilidade de despertar. Logo, a matemática é simples: tendo mais ciclos como esse, temos mais chances de acordar durante um deles, o que torna mais fácil nos lembrarmos o que estávamos sonhando. Por isso essa impressão coletiva de estarmos não só sonhando mais, mas também nos lembrando mais de nossos sonhos. E você, sente que também tem sonhado muito? Talvez você se identifique com uma das hipóteses para isso estar acontecendo. A dica Plenae é: atente-se ao que sua mente quer te dizer. Escute-a, e simbolize essa mensagem. Anote seus sonhos em um caderno e fale com seu psicólogo, que irá te ajudar nessa imersão. O autoconhecimento pode ser um caminho longo e, por vezes, tortuoso, mas é extremamente vital para o nosso bom funcionamento, principalmente em termos delicados como esse que estamos vivendo. Cuide-se!

Compartilhar:


Inscreva-se na nossa Newsletter!

Inscreva-se na nossa Newsletter!


Seu encontro marcado todo mês com muito bem-estar e qualidade de vida!

Grau Plenae

Para empresas
Utilizamos cookies com base em nossos interesses legítimos, para melhorar o desempenho do site, analisar como você interage com ele, personalizar o conteúdo que você recebe e medir a eficácia de nossos anúncios. Caso queira saber mais sobre os cookies que utilizamos, por favor acesse nossa Política de Privacidade.
Quero Saber Mais