Coloque em prática

Ghosting, love bombing e outros: quais são os termos modernos dos relacionamentos?

Em busca de traduzir situações comuns a todos os modelos de relacionamentos, a modernidade cria termos - geralmente em inglês - que sintetizem tudo isso

7 de Agosto de 2023


Na era do amor líquido, termo que te contamos neste artigo, as relações que já são complexas por essência, tendem a se tornarem ainda mais. Isso porque as linguagens de amor e a comunicação em geral são escassas e é difícil saber quando o outro está na mesma página e quando você deve sair dessa dinâmica. 

Em busca de traduzir todo esse mix de sentimentos, especialistas de diferentes áreas e até internautas comuns criam termos que sintetizem situações comuns a todo tipo de relacionamento - e não são poucos, como te contamos neste Tema da Vez: monogâmico, não-monogâmico, heterossexual, homossexual, casamento, etc.

Quais são esses termos, afinal? Vamos te contar os principais a seguir!


Ghosting

Talvez o mais famoso e mais antigo deles, o ghosting vem da palavra inglesa ghost, que quer dizer fantasma. Portanto, o neologismo se refere a prática de alguém se tornar um fantasma, aquele verdadeiro desaparecimento sem explicação. 

Sabe quando você está conversando com alguém e conhecendo essa pessoa melhor, mas ela vai parando de te responder - ou pode até ser bruscamente - até que ela suma de vez da sua rotina de conversas? Pois é, esse é o ghosting

E ele não se restringe só a relacionamentos não: amigos também podem virar fantasminhas sem maiores explicações até que eles se tornem meros colegas ou até somente conhecidos. 

Outro termo que se encaixa nessa mesma premissa é o curving, que remete à palavra curva. Ou seja, é quando a pessoa “dá uma curva” na outra e vai sumindo aos poucos, respondendo de forma mais desinteressada e desmarcando sempre com o pretexto de estar ocupada para sair.

Haunting 

Também derivada de uma outra palavra em inglês, o haunt quer dizer assombrar. Portanto, a prática do haunting geralmente vem de uma pessoa que tinha desaparecido - dado um ghosting - e, de repente, ela volta. Isso porque a assombração se refere, claro, a fantasmas. Por isso o caráter do sumiço antes, para depois reaparecer. 

Nesse mesmo caso, pode ser usado o termo zombieing, que vem de zumbi. Ou seja, a lógica é a mesma: ressurgiu dos “mortos” a pessoa que tinha desaparecido ou se tornado um fantasma. 

Stalker 

Essa é também bastante famosa e mais antiga - e já se tornou até mesmo uma lei. A lei nº 14.132/2021 descreve o crime de perseguição e acrescenta o Art. 147-A ao Código Penal Brasileiro. 

O stalker é aquela pessoa que fica literalmente perseguindo a outra, seja de forma digital, marcando uma presença excessiva e exaustiva, ou até presencial - o que é mais preocupante e pode trazer consequências muito negativas. 

Uma das maneiras do stalker agir também ganhou o seu próprio termo em inglês: orbiting, que significa órbita. Mas, nesse caso, é mais quando uma pessoa fica rondando (ou orbitando, no caso) a outra logo após o término do relacionamento.

Sabe o meme do “oi, sumida”? 
É bem por aí: o interessado fica esperando esse término, torcendo por ele, stalkeando sem parar e gerando quase que uma perseguição mesmo. O termo snooping também se aplica para esse mesmo tipo de situação, a velha e (nada) boa “bisbilhotada”. 

Benching

Bench em inglês significa banco. Esse termo é utilizado para aquelas pessoas que deixam a outra “no banco de reservas”, ou seja, de molho. Pode ser só um ficante que está te enrolando ou até mesmo um ex que decidiu terminar tudo, mas que quer te manter ali como uma segunda opção, um stand by caso ele precise acionar novamente quando lhe der na telha. 

Também pode ser chamado de paperclipping (uma relação curta que vai e volta) ou cushioning (geralmente, pessoa que está em um relacionamento monogâmico, mas flerta com outras, principalmente em aplicativos de namoro). Em resumo: Fuja! 

Love bombing

O mais recente de todos eles, love bombing é, em tradução livre, uma bomba de amor. Ela acontece quando a pessoa está extremamente interessada em ganhar a sua atenção e, portanto, te bombardeia de atenção, amor, afeto. Mergulha no seu universo, se interessa pelas mesmas coisas, é sempre presente. 

Mas, o bombardeio acaba assim que ela percebe que já te ganhou, ou seja, não é mais preciso conquistar esse “item”, como num leilão mesmo. E aí, após isso, a tendência é que o ghosting apareça. 

Um outro termo que se enquadra nessa dinâmica é o lemming, que é o nome que se dá ao lemingue, um roedor solitário que habita os países escandinavos e que encontra outros da mesma espécie apenas para reproduzir e depois se separar. 

Sabe aquela pessoa que está se relacionando com alguém, mas que pode descartar esse alguém a qualquer momento em que encontrar uma outra que se interesse mais? Esse é o lemming. Não há cerimônias para ir embora caso aquele relacionamento lhe parecer desinteressante. O verdadeiro amor líquido que mencionamos lá no começo. 

Já o breadcrumbing, que literalmente significa deixar migalhas de pão, também pode ser um ato do love bombing. São essas pequenas demonstrações de atenção e conexão que fazem a pessoa acreditar que é especial, mas que nem sempre é.

Whelming

Essa tática é, na verdade, fruto de uma insegurança de quem a pratica - e isso se aplica a várias outras, mas especialmente essa. Trata-se de uma derivação do termo overwhelmed, ou sobrecarregado em português. A prática consiste em se fingir “cansado” da insistência dos seus outros pretendentes. 

Mas o pulo do gato é esse: você não desabafa esse aparente cansaço para qualquer pessoa, mas sim, para o seu objeto de desejo. Então é um teatro feito para que o pretendente real sinta ciúmes ou acredite que você é uma pessoa bombada e cheia de interessados, quando a verdade não necessariamente é essa. 

Outros termos

O dicionário do amor atual é tão complexo que há ainda uma infinidade de outros termos menores e mais específicos. São eles:

  • Cuffing season: aquele período de inverno quando mesmos solteiros convictos estão em busca de um relacionamento por carência. 

  • Stealthing: retirar a camisinha durante o sexo sem avisar o outro e sem que isso seja um acordo entre as duas partes - prática abusiva e perigosa.

  • Tuner: alguém que gosta do outro, mas que não quer tornar isso mais oficial ou sequer falar sobre o assunto. Pode ser chamado de pocketing também.

  • Negging: um insulto disfarçado de elogio, aquela ofensa disfarçada de brincadeira. 

  • Glamboozling: quando a pessoa desmarca o encontro de última hora ou dá um bolo sem nem avisar.

  • Gatsbying: quando a pessoa faz um post com a intenção de chamar a atenção de uma pessoa específica.

  • Kittenfishing: a "pesca de gatinhos" é a pessoa que edita muito suas fotos ou mentem sobre sua aparência e interesses para parecer mais interessante. 


Pronto! Agora você já está antenado nos novos termos, assim como fizemos com as siglas sobre os novos medos neste artigo e neste também. Você se reconheceu em alguma dessas situações? Acredite: você não precisa estar em uma relação onde sua presença não é devidamente reconhecida e celebrada. Se sentir que será difícil sair dessa sozinho, busque ajuda especializada. Você vai conseguir!

Compartilhar:


Coloque em prática

6 perguntas para fazer aos seus pais sobre legado e futuro

Apesar do tabu acerca do tema da morte na cultura Ocidental, falar sobre o assunto pode ser vantajoso para todos os lados.

26 de Agosto de 2020


Morte: palavra que causa efeitos diversos por si só - geralmente negativos. Atualmente, por conta da pandemia, é tema diariamente debatido nos telejornais. Afinal, já atingimos a triste marca de 100 mil mortos no Brasil em decorrência da covid-19.

Mas morrer é tão natural quanto viver. Deixar de existir faz parte do processo da existência, e é a única certeza que temos enquanto seres vivos que somos. Habitamos o mundo com a certeza de que um dia mudaremos de endereço - seja lá qual for ele. Olhar o ciclo da vida com sabedoria e afeto pode mudar não só os seus processos pessoais de luto, mas as decisões que toma enquanto os anos se passam.

Tanto que algumas culturas tratam esse momento de passagem como algo a ser celebrado. Diversas crenças - sobretudo orientais - promovem até mesmo festas, oferendas e outras celebrações que dignifiquem a partida daquele ente tão querido, que tanto foi em vida, e muito será em morte.

Para a mitologia grega, por exemplo, a morte não representava um rompimento cruel, mas sim libertador e doce. O assunto é debatido há tantos séculos que surge em diferentes esferas, sob diferentes óticas, como na Bíblia, no Egito Antigo, no Umbandismo, Budismo. É também tema frequentemente estudado pela ciência, como a psicanálise e a neurologia, além de ter sido retratado inúmeras vezes na arte, seja no cinema, nas artes plásticas ou na literatura.

Mas então, por que devemos falar ainda mais sobre ela?

“Mesmo sendo tema frequentemente discutido em tantas frentes, o desafio ainda é grande quando a conversa passa para a mesa de jantar” comenta a administradora Layla Vallias. “Porém, colocar o tema debaixo do tapete não está nos ajudando: o Brasil é considerado , pela Economist Intelligence Unit, um dos piores países para se morrer” continua.

E o que deve ser feito para iniciar essa mudança? “Precisamos lidar com mais naturalidade sobre esse assunto e isso começa com o diálogo” diz. Pensando nisso, Layla criou a primeira startup brasileira focada no mercado maduro e no planejamento de fim de vida, a Janno .

Para ajudar nesse desafio, a empresa criou listas de checklist que podem ajudar àqueles que pretendem se organizar para que, quando o momento chegar, esteja tudo encaminhado - evitando o drama burocrático posterior que se desenrola em meio à um luto.

Além disso, conversamos com Layla para sabermos: o que devemos conversar com nossos pais e avós sobre legado e futuro? Mais do que ouvir suas histórias de vida, é preciso conhecê-los com mais profundidade para enfrentar essa etapa tão delicada com mais facilidade e sabedoria. Em conversa com a empreendedora, selecionamos 6 dicas para começar:

  1. Pesquise

Antes de iniciar a conversa, faça uma lista de tudo que você precisa saber e organizar nesse planejamento de legado e finitude. Lembre que além dos documentos mais lembrados como testamento, número da apólice de seguro de vida, há outras decisões a serem tomadas que são tão importantes quanto, por exemplo, saber como seu pai quer ser cuidado no caso de algum imprevisto, o chamado Testamento Vital.

  1. O momento certo para tratar o assunto

O melhor dia para começar a lidar com o assunto é ontem, e o segundo melhor é hoje, como reforçou à Layla o advogado Flávio Belliboni, que atua com Direito Familiar e Sucessório há mais de 40 anos no escritório Pinheiro Neto Advogados. Portanto, falar sobre isso o mais rápido possível e enquanto seus pais estão saudáveis é o ideal e vai prevenir bastante dor de cabeça e que as preferências deles sejam honradas até o fim.

  1. Como falar sobre o assunto

A gente sabe, falar sobre finitude pode assustar se não for tratado com leveza. Uma dica é se aproveitar de uma notícia da TV, jogos ou até uma sessão pipoca. Os filmes têm o poder de nos colocar no lugar das personagens, vivenciando junto com elas aquela situação. Um exemplo disso é o filme " Como Eu Era Antes de Você" , romance água com açúcar de Thea Sharrock, mas que pode render boas reflexões sobre autonomia e independência. Há também o Cartas na Mesa, jogo traduzido pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia que trata de situações difíceis de um jeito lúdico, e ainda o clássico de Adam Sandler, Click. Por fim, um dos filmes mais recentes da Disney, Viva, a Vida é uma Festa , trata do tema com graça e delicadeza - e pode ser um bom ponto de partida.

  1. Não corte seus pais quando eles abordarem o assunto

Nos estudos realizados pela Janno, não foi raro Layla ouvir de seus entrevistados que, quando tentavam falar sobre o assunto com os filhos, eles se negavam a continuar a conversa. Portanto, se seu pai ou mãe quiserem falar sobre desejos, legado e finitude, escute e o apoie. Apesar de 87% dos brasileiros não se sentirem preparados para lidar com a própria morte, conforme a idade passa, fica cada vez mais fácil: 3 em cada 10 brasileiros acima de 65 anos não acham difícil falar sobre o tema. Isso acontece porque os maduros lidam com o assunto, em geral, de forma mais prática.

  1. A herança dos seus pais também contempla valores e conselhos

Depois de conversar com mais de 3.000 americanos 55+ sobre como pensam e lidam com o legado, Kevin Henfman, Diretor do Bank of America, descobriu que 7 em cada 10 entrevistados querem ser lembrados pelas memórias e momentos compartilhados com quem amam. Ajudar seus pais a organizar suas memórias, conselhos e aprendizados é um presente e tanto para quem fica, para você e seus filhos. Você pode começar convidando-os a escrever suas memórias em um caderno e até brincar de jornalista entrevistando-os. “Indico o livro Pai/Mãe, me conta sua história da holandesa Elma Van Vliet”.

  1. Decida, realize as ações necessárias e registre as informações em um lugar confiável

Depois de conversar com a sua família, organize seus documentos importantes, tome as decisões e comece a realizar as ações necessárias. Separe em tópicos que vão da vida jurídica a digital, isso pode facilitar o processo. O Dr. Flávio Bellinoni, diz que, se fosse para priorizar, todo mundo deveria ter no mínimo: um testamento, seguro de vida, plano funeral e pelo menos uma conta conjunta. De nada adianta organizar tudo e não contar pra ninguém. Depois de tomar todas as decisões relacionadas ao planejamento de fim de vida, registre as informações em um lugar seguro e compartilhe com alguém de sua confiança, ou em serviços como o da própria Janoo.

Falar sobre a morte é uma oportunidade de garantir o legado daqueles eu amamos

Agora que você já possui essas dicas, é hora de começar. Lembre-se: essa organização de documentos não deve ser necessariamente um momento mórbido. Tratar com amor e praticidade são as chaves para garantir que o legado daqueles que você ama serão para sempre garantidos. E que                                                                      propósito lindo para se ter, não?

Compartilhar:


Inscreva-se na nossa Newsletter!

Inscreva-se na nossa Newsletter!


Seu encontro marcado todo mês com muito bem-estar e qualidade de vida!

Grau Plenae

Para empresas
Utilizamos cookies com base em nossos interesses legítimos, para melhorar o desempenho do site, analisar como você interage com ele, personalizar o conteúdo que você recebe e medir a eficácia de nossos anúncios. Caso queira saber mais sobre os cookies que utilizamos, por favor acesse nossa Política de Privacidade.
Quero Saber Mais