Colocar os fones, fechar os olhos e começar a flutuar
9 de Novembro de 2023
Colocar os fones, fechar os olhos e começar a flutuar dentre as combinações de notas, sons, surdos, acordes, vozes que se estendem ou se encurtam, a depender do objetivo. A música nos toca em um lugar quase impossível de se traduzir, pois talvez seja esse o seu objetivo: tornar palavra aquilo que é difícil de dizer.
Estar diante de uma pintura que, em um primeiro momento, pode não representar nada, mas quando se olha novamente, há detalhes que haviam passado despercebidos. E são esses detalhes que nos tocam no que há de mais profundo: um quadro nunca é só um quadro, pois tem nele a impressão do artista e do contexto.
Página após página, ficar lentamente refém de uma história, a ponto de ler enquanto se anda, ansiar pelo encontro entre os olhos e as frases. Um livro é um amuleto e guarda em si algo muito precioso: a possibilidade de viajar sem sair do lugar, das realidades possíveis e das impossíveis também.
Sentar-se diante do espetáculo, seja ao vivo ou diante de uma tela, e ficar ausente por longos minutos, imersos em um show de câmeras e atuações, imaginando seus desfechos prováveis e aguardando com muita expectativa pela continuação daquele filme, daquela série. Ou estar ali, diante do ator que, em cima do palco, fica despido de si e vestido de um outro, incorporando personagens que são, sim, fictícios, mas carregam tudo que já experienciaram junto.
Tudo isso é a arte, essa invenção que o ser humano criou porque a vida sozinha não basta. A cultura, tema dessa crônica, traz mais do que a identificação e a união de um povo. A arte traz um respiro, é companhia em tempos difíceis, em longas madrugadas ou em dias corriqueiros. E, antes que você perceba, já está entretido novamente, como num passe de mágica.
Para Inspirar
Na décima primeira temporada do Podcast Plenae, ouça a trajetória de tirar o fôlego sobre a escalada de Roman Romancini.
13 de Março de 2023
Leia a transcrição completa do episódio abaixo:
A expedição ao Everest foi um grande sucesso, em todos os aspectos. Eu voltei fisicamente destruído, como se tivesse ido para uma guerra, mas sem nenhuma intercorrência grave, como o congelamento severo ou uma situação de morte iminente. Se eu tivesse que escolher uma grande lição, eu falaria de repriorização. A montanha te descasca até chegar ao seu âmago, ao seu mais primitivo ser.
Isso é muito bacana, porque às vezes a gente vai se perdendo no meio da sociedade, no meio do dia a dia. No alto da montanha, trocar de telefone é irrelevante. Trocar de carro é irrelevante. Comprar aquele apartamento maior é irrelevante. O novo terno, o novo relógio, a nova bolsa… Tudo irrelevante. A 8 mil metros de altitude, com um terço do ar e a 40 graus negativos queimando a sua narina toda vez que entra no seu corpo, você lembra o que realmente importa. Ar, água, comida, abrigo e amor. Nada mais.
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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.
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