Entrevista com

Isabele Ruivo

Obstetriz

Desmistificando conceitos: o que é parto humanizado?

A prática que ganha cada dia mais adeptos ainda é cercada por dúvidas. Entrevistamos uma obstetriz para entender um pouco mais sobre

25 de Julho de 2022



Estima-se que sejam realizados 40 mil partos domiciliares por ano. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem o parto humanizado como um elemento importante para a promoção da saúde, pois contribuem para a redução da mortalidade materna e neonatal, da violência obstétrica e das altas taxas de cesariana brasileiras desnecessárias.


Outra vantagem do parto humanizado é que ele custa menos aos cofres públicos, por exemplo, e por isso é prática cada dia mais comum no Sistema Único de Saúde, o SUS. Mas afinal, o que é o parto humanizado? Entrevistamos Isabele Ruivo, obstetriz formada pela USP e sócia da Mamatoto Partos Saudáveis, uma empresa que presta assistência às parturientes antes, durante e depois do parto. Confira a seguir!


Como entrou para esse ramo, por que escolheu ele?

Eu sempre me identifiquei muito com a área da saúde, na época do vestibular eu cheguei a prestar medicina e tudo mais, passei em algumas universidades, mas na USP eu prestei só obstetrícia porque era um curso que tinha esse viés político e social que me atraía muito. Ele tem uma carga muito grande de humanas, disciplinas voltadas para o feminismo. Além disso, eu tive também uma bisavó que era parteira lá no Maranhão, dessas bem tradicionais, então cresci ouvindo as histórias dela. Foi muito encantador unir duas coisas: o protagonismo feminino, de um lugar onde a mulher é o centro daquele evento que é parto, mas ao mesmo tempo, unir também a formação científica, baseada em evidências no que há de mais recente, pra gente saber identificar riscos, saber quando essa mulher precisa de intervenção e de um outro tipo de assistência, até a própria cesária. Tive a certeza de era o lugar certo que eu tinha escolhido quando engravidei da minha família e vivi a experiência do parto humanizado. 


Qual é a diferença entre doula, enfermeira, obstetriz e médica?

A doula é uma profissional que já tem uma graduação técnica, de ensino superior, e que pode ser em outra área completamente diferente. Conheço doulas que são advogadas, jornalistas, arquitetas, mas fizeram um curso para serem acompanhantes de parto. Ela não tem uma formação que dê responsabilidade para atender o parto. Então a doula é uma acompanhante de parto profissional, ela vai ser aquela mulher que vai acolher a gestante, ajudar com métodos não farmacológicos para alívio da dor, mas ela não tem nenhuma responsabilidade do ponto de vista técnico. A enfermeira tem uma formação um pouco mais tradicional, acadêmica, em que ela faz enfermagem e depois se especializa em uma residência em enfermagem obstétrica. Ela tem a capacitação muito equivalente à da obstetriz, que é uma profissional que tem um curso de entrada direta, com duração de 5 anos e integral. Nossa capacitação é para atender parto em risco habitual, pré-natal, pós-parto, saúde da mulher, trabalhar no posto de saúde colhendo papanicolau e etc. A médica é uma profissional que envolve mais complexidade, que demandam intervenção maior como uma cesárea, uma gestação em que a mulher tem hipertensão, diabetes.


E como se dá essa divisão de papéis? 

Aqui no Brasil a forma que a gente encontrou de trabalharmos juntas, em equipe, dentro de hospitais privados, é sempre ter uma parteira (enfermeira ou obstetriz) e uma obstetra (médica) para cobrir tudo. Em outros países, a obstetriz e a enfermeira são profissionais que vão atender o parto e aí só se tiver alguma intercorrência ou necessidade é que a obstetra é acionada, ela não é uma profissional que está sempre ali no parto. É possível no SUS fazer o parto somente com parteiras, e dentro do parto domiciliar também, onde a gente tem a assistência em geral por obstetrizes e enfermeiras sem a necessidade de ter um médico - porque a princípio são partos de risco habitual, ou seja, baixo risco. Dentro do sistema privado de saúde tem toda uma burocracia com a ANS porque eles entendem como um procedimento médico pelos convênios, então é o médico que vai assinar. A mulher, por exemplo, só vai ter reembolso se tiver um médico. 


O que configura um parto humanizado? Há diretrizes específicas para essa definição?

O parto humanizado é um conceito e não um tipo de parto. A gente tem tipos de parto: cesárea (instrumental), parto vaginal (pode ter indução, oxitocina, farmacológicos envolvidos) e natural (sem nenhum procedimento, incluindo analgesia). O parto humanizado é um conceito que envolve alguns pilares, mas o principal é a autonomia e o protagonismo da mulher para escolha, com base em evidências científicas. A gente vai oferecer as informações necessárias para essa mulher tomar a decisão do tipo de parto que ela quer e dos procedimentos a sua escolha. É uma experiência onde a mulher está como protagonista, não tem um roteiro, todos os recursos para que ela lide com a dor, para que ela decida pelo parto dela em termos de analgesia ou não, ter uma doula ou não, escolher esse tipo de parto, todas essas escolhas são da mulher, orientadas pela equipe. A não ser, óbvio, em que a gente tenha uma situação de risco onde a gente vai precisar comunicar, agir e intervir, e aí a mulher não pode muitas vezes tomar uma decisão. 


Onde e como encontrar um atendimento mais humanizado? 

Isso é uma das partes difíceis. A informação é o principal caminho para saber inclusive identificar se aquela equipe é de fato humanizada ou se eles estão mascarando e perfumando algumas condutas que são desumanizadas, mas estão disfarçadas. Ela precisa fazer algumas perguntas, ter apoio de sua família durante o pré-natal, entender se aquele profissional está atualizado, entender qual a taxa de cesárea, qual é a prática, se permite doula, como que trabalha em equipe, etc. Ter uma doula é um bom caminho, ela é uma grande aliada porque em geral ela não trabalha com a equipe, ela trabalha para a mulher, então ela vai poder tirar as dúvidas, indicar casas de parto, identificar condutas. Se for um parto em hospital, qual hospital o plano de saúde cobre, qual médico atende em tal hospital. A doula ajuda a formar até a própria equipe de parto. Existem equipes que oferecem rodas de conversa e gestantes que vão se formando. Ainda é difícil de acessar o profissional humanizado porque não são pessoas que estão dentro de plantão, é muito difícil, você até encontra, mas é difícil encontrar um médico ou obstetriz que ofereça esse tipo de parto dentro de um hospital privado dando plantão. Até no SUS envolve sorte também cair no plantão com uma pessoa que esteja alinhada com isso. 


Como vocês fazem na Mamatoto?

Na minha equipe a gente tem uma obstetra da equipe, a mulher vai contratar essa equipe e que o plano cobre é a estrutura hospitalar, mas a equipe é privada. Então grande parte da assistência humanizada dentro dos hospitais humanizados é contrato público/privado. A nossa assistência, nós somos duas obstetrizes, a gente seguiu pra assistência seja em público ou equipes autônomas. E a gente começou a trabalhar juntas no parto em casa, mas mesmo em casos de parto domiciliar, a gente sempre tem uma retaguarda médica. Por exemplo, só fazemos o parto domiciliar se estiver a meia hora de um hospital, possível de ter uma assistência de maternidade.


O pré-natal pode ser feito por obstetriz?

Ele pode ser feito por uma obstetriz, mas a gente sempre intercala com uma médica, porque só o profissional de medicina tem autorização pra fazer o pedido de exame. Então a obstetriz faz exame físico, interpreta laudos, mas não consegue fazer pedido para exames clínicos. No SUS elas conseguem dentro das UBS fazer esses exames, mas no sistema privado não. Mas toda obstetriz e enfermeira têm capacitação para atender pré-natal. 


Você acha que vem crescendo a aceitação em torno desse tema? 

Com certeza vem crescendo, porque eu acho que as pessoas têm mais acesso a informação, tem algumas questões que fazem o modelo crescer. A gente tem um modelo de assistência de saúde obstétrica muito precário, o Brasil é um país que tem maior taxa de cesárea no mundo, é um parto com muita intervenção e até muita violência. As mulheres estão se informando cada vez mais, que existem outros modelos de parto mais respeitosos e prazerosos. E essa informação parte de dentro de um movimento de mulheres que compartilham, que começou como um braço do movimento de gênero, porque a violência obstétrica e institucional é uma violência de gênero também. Então começou como um movimento de ativismo e começou a se expandir. Acredito que as redes sociais têm seu papel também, porque têm sido cada vez mais falado por lá. E também dentro da academia tem sido cada vez mais estudado partos com menos intervenção possível, só com necessidade, modelo e assistência com foco central da mulher. 


Mas o que fala mais forte nesse crescimento?

As duas coisas caminham juntas: a reivindicação por uma experiência de parto melhor, esse rito de passagem para maternidade, e um movimento de estudo acadêmico que tem falado cada vez mais nos benefícios desse modelo de parto. A gente também tem esse modelo de assistência focado no dinheiro. Estamos passando por um processo de sucateamento muito forte no SUS, vivemos um momento bem difícil da saúde da mulher no país, de levar essa pauta como algo importante, e ao mesmo tempo a gente tem essa precarização do SUS justamente para que seja melhor e mais conveniente para empresários e convênios lucrarem, até pra startups de saúde com modelos que em teoria é um pouco mais barato pra população. Acaba sendo um privilégio da classe de acesso à saúde. Essa é uma aflição muito grande dentro da saúde do Brasil como um todo, mas na assistência obstétrica mais ainda, porque a gente tem esse lugar em que um parto normal não é custoso, é um procedimento extremamente barato, se for um parto assistido por enfermeiras e obstetrizes custa mais barato ainda, e dentro desse modelo que a gente precisa que a saúde gere lucro, o melhor é a cesárea. 


E o que acha que ainda precisa mudar?

Mudança de mentalidade das entidades maiores. Quando a gente olha para outros países, não existe essa opção de fazer cesárea pras mulheres, é algo que tem que ser indicada. Se você fala que a mulher escolheu cesárea, elas nem conseguem entender direito, porque não é muito uma escolha lá fora. Então é preciso educar que o parto natural é mais sustentável, é mais natural, é melhor pra saúde da mulher, do bebe, pra família e sociedade. Aí num nível de ter protocolos mesmo, um órgão que cobre, os conselhos, tanto o CRM quanto o Coren deveriam ter as diretrizes e investigar se os profissionais estão seguindo. Precisa mudar dentro dos conselhos de classes, diretrizes, regras e leis no âmbito estadual e nacional, que aí as coisas vão começar a melhorar. E tem um papel importante da graduação na saúde, desses cursos que não podem ser voltados para lucro, mas para evidência científica. Muitos profissionais até aprendem a evidência mas na prática fazem outras coisas. É preciso ainda uma cobrança para que se siga as orientações de forma mais forte, a gente não vê profissionais sendo advertidos por práticas violentas ou negligentes. E também é importante não só reduzir a taxa de cesárea, porque não adianta nada dar condições muito ruins pros profissionais da saúde, sofrendo de burnout, depressão, mal remuneração, porque isso vai aumentar o número de partos violentos, aquele profissional vai precisar acelerar, ganhar mais, partos com maior intervenção.


Mensagem final?

Eu acho que uma das coisas que é muito legal de pensar em educar é abrir um pouco a mão desse modelo centrado na figura médica, a gente sabe que tem muito estudo que a assistência por equipe multidisciplinar melhora muito a qualidade da assistência e do paciente, e entender que tem profissionais extremamente capacitados para atender parto e chegar nesses outros profissionais também, tirar o modelo centrado na figura médica. Porque é um profissional que dificilmente vai centrar a assistência e o olhar pra mulher, pro indivíduo. 


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Entrevista com

Ana Carolina Souza

Consultora especializada em Neurociência Comportamental, pro

Por que procrastinamos e como driblar esse fenômeno?

Atitude comum em todos os seres humanos em algum momento da vida, a procrastinação traz, sim, malefícios, mas é possível fugir dela.

10 de Novembro de 2023



Você com certeza já postergou alguma entrega, deixou algo para a última hora, pensou “depois eu faço” e, na hora de fazer, se arrependeu de ter demorado tanto. Fique tranquilo: não se trata de uma acusação, afinal, todos nós, em algum momento da vida, já estivemos desse lado, seja postergando uma atividade física, um encontro com alguém ou até uma entrega profissional. 

Mas, o problema é que a data daquilo que tinha que ser feito sempre chega. E, com ela, frustrações, culpa e acusações externas. Como mudar esse cenário, então? Conversamos com Ana Carolina Souza, sócio-fundadora da Nemesis Neurociência Organizacional, consultora especializada em Neurociência Comportamental, professora e palestrante, para entender um pouco mais sobre o tema. 

Você confere o bate-papo completo a seguir! 

Falando em ciência: qual é o processo mental e cerebral envolvido quando estamos procrastinando? 

Um dos componentes principais associados à procrastinação tem a ver com a resposta motivacional, a motivação que mobiliza o nosso comportamento. Portanto, estamos falando sobre a discussão das emoções. As suas motivações podem ser várias: busca, interesse, aproximação, alcançar algo positivo, importante ou significativo pra você - tanto faz qual seja a sua. 

Em sua ausência, quando eu não quero fazer aquilo, não concordo, não me faz bem, não é agradável, há uma dificuldade em se conectar com o benefício ou o significado daquilo que se tem que fazer. Então falta motivação positiva, que está muito associada ao que a gente chama de resposta da dopamina, esse neurotransmissor que também está presente no sistema de recompensa. 

Na procrastinação, não há esse estímulo.. Ou porque na hora eu me sinto cansada, desanimada, fatigada, deprimida, ou seja, o nível de dopamina basal é baixo e eu não tenho energia, digamos assim. Ou porque eu não vejo uma recompensa associada a esse comportamento. Mas, ela pode ser também uma motivação negativa: evitar algo, fugir, ou porque não é interessante, não te faz bem ou porque você está evitando uma resposta defensiva. 

Fale um pouco mais sobre essa motivação negativa? 

É comum em alguns casos de procrastinação um comportamento que não é porque falta motivação positiva, mas a pessoa está evitando uma motivação negativa. Então se eu tenho muito medo de não conseguir, de não saber, de falhar, de me sentir exposta, julgada, até por uma autocrítica ou crítica externa dependendo de como eu performe, eu também posso procrastinar. 

Esse é um comportamento de motivação negativo, de afastamento, de evitação, que faz com que eu procrastine aquilo pelo medo de entrar em contato com emoções desconfortáveis a partir do que pode acontecer. Então pensando em processo cerebral fisiológico, a ausência da motivação positiva ou a presença de uma motivação negativa são os fenômenos que vão determinar em grande parte esses comportamentos de procrastinação. 

Um ponto importante é que, para nós, a mente é um subproduto do cérebro, então ela tem a ver com processos, ativações cerebrais, não é algo definido, a gente não separa mente e cérebro.


Quais os malefícios da procrastinação?

Você vai ter uma série de desdobramentos. Primeiro que, se aquilo que você precisa fazer é importante, por exemplo, para sua saúde, tem um impacto direto na sua saúde. Se aquilo é importante pro seu desenvolvimento profissional ou educacional, você tem um impacto daquilo que você deixou de fazer. 


O outro ponto é que a pessoa que procrastina mais começa a ser percebida e passa por um julgamento externo que vai classificá-la como alguém que é muito enrolada, que não consegue fazer as coisas, que não termina nada. Essa pessoa pode começar a lidar não só com a própria frustração, tristeza e desafio de não conseguir seguir com aquilo que ela sabe que tem que fazer, mas também com a opinião alheia. 

E o fato é que ela até gostaria de fazer, mas não encontrou ainda a maneira de fazer, então lidar com esse fenômeno da procrastinação é começar a ter não só as próprias emoções ligadas a como ela se sente em termos de fracassar, de se sentir limitada, constrangida, mas também um julgamento externo de pessoas que talvez não entendam o que essa pessoa está passando e podem começar a estereotipar.

E aí a gente vai começando a criar quase que um reforço negativo para essa pessoa. Se todo mundo diz que você não é capaz de fazer nada, não se concentra e nem se dedica, você pode começar a acreditar nisso e sentir que realmente não consegue. Isso vai criando muitas vezes uma mentalidade fixa e uma limitação.

Todo mundo procrastina, a gente sempre faz isso e seria um comportamento normal e natural, todos os seres humanos em algum momento vão procrastinar alguma coisa. Mas, existem pessoas que vão ter grandes dificuldades de de fato conseguirem implementar coisas na sua rotina ou executar certas coisas, então são procrastinadores crônicos que estão sempre lidando com esse tipo de situação, e aí cabe até um acompanhamento psicológico. 

Há quem diga que a procrastinação pode diminuir os pequenos estresses do dia a dia. Você concorda? 

Se considerarmos que, em parte, a procrastinação pode acontecer ou pode vir por um comportamento evitativo, de fuga e para evitar o contato com emoções negativas, nesse momento talvez a pessoa que procrastinou pode sentir uma certa resposta de alívio ou de relaxamento. Mas, conforme as consequências desse ato se acumulam ou chegam, há um preço a se pagar e mais cedo ou mais tarde vai voltar e a gente vai ter que lidar com isso. 

Se essa conta não chega, a gente entende que aquilo que foi procrastinado não era tão importante ou relevante o suficiente pra não vir a ser uma necessidade no futuro, a médio e longo prazo. Mas é bom fazer essa distinção também quando a gente fala de procrastinação. Você está procrastinando alguma coisa que era pequena e que na verdade poderia inclusive ser delegada e até cancelada ou de fato está procrastinando alguma coisa que é importante e que você não está conseguindo lidar? 

Na sua opinião, a procrastinação pode estimular a criatividade?

Pensando sobre a questão da criatividade, ela tem um componente que tem a ver na verdade com o ócio criativo. Trata-se de se manter num momento de abstração e relaxamento, porém desperto, não dormindo ou se distraindo com outras coisas. Esse estado de relaxamento e distração ativa uma rede cerebral chamada DMN, que significa “default mode network". 

Essa rede muitas vezes é ativada quando você deita pra dormir, no banho, caminhando, que são momentos que esse relaxamento acontece, e ela gera novas conexões cerebrais. Portanto, ela é fundamental pro processo criativo. Então se em algum momento eu tenho tanta coisa pra fazer e decido procrastinar para relaxar, pensar na vida ou viver outras experiências e depois eu volto para resolver aquilo, isso pode criar um propício para a criatividade. 

Mas, é somente nesse contexto. A procrastinação em si como um fenômeno e um comportamento, postergar uma coisa que precisa ser feita mas não é porque eu não tenho energia, disposição, vontade, interesse em fazer aquilo - ou receio de fazer aquilo -, isso a princípio não favorece a criatividade. Até porque, esse comportamento tende a ser mais fonte de angústia do que de relaxamento e prazer.

Qual a diferença entre procrastinação e preguiça?

A procrastinação geralmente está associada a algumas tarefas específicas, inclusive uma pessoa pode procrastinar uma atividade em si, que é aquela que ela não tem motivação ou receio, mas fazer outras coisas normalmente. Geralmente, a preguiça está associada a uma indisposição, uma dificuldade em executar todas as coisas.

Se estamos falando de uma procrastinação grande, onde a pessoa não tem energia para nada e os níveis de motivação são baixos continuamente, isso é algo a ser explorado - inclusive com a ajuda de um profissional que possa dar um direcionamento. 

Porque ambos os comportamentos vão trazer impactos negativos para a pessoa, só que a preguiça é diferente daquele momento pontual onde você está cansado, teve uma semana difícil e no final de semana decide não fazer nada e só descansar, é bem diferente de alguém que lida com aquilo cronicamente.

Como driblar a procrastinação e ter mais sucesso?

Na hora que a gente entende um pouco mais do que é a procrastinação, existem algumas estratégias pra gente tentar driblar esse fenômeno. A primeira é sempre se conectar com o motivo pelo qual você está fazendo o que você está fazendo. Então você não quer fazer porque está cansado ou inseguro? 

Pensar também: por que isso é importante pra mim? Porque isso faz parte de uma trajetória, de um movimento, é um investimento. Então se conectar com aquilo que é importante pra você justifica é dá sentido ao que você tem que fazer, é uma forma de manter como se fosse um objetivo que gera motivação e que te ajuda a seguir esses comportamentos, mesmo quando eles são difíceis de serem executados, não necessariamente prazerosos e agradáveis em si. 

A gente também pode tentar associar algo que seja prazeroso. No caso de uma atividade física, trazer um amigo para fazer junto é uma maneira de tornar aquilo mais agradável durante o processo de aquisição do hábito. Ou escolher alguma alternativa mais prazerosa, com a dança, nesse caso. São pequenas estratégias. 

Você pode ainda se conectar e entender porque teme ou sente medo de realizar algo - e, nesse caso, vale muito a pena ter apoio de um profissional novamente. Por fim, uma outra forma muito importante é desmembrar um objetivo em pequenas metas. Temos naturalmente muita dificuldade em identificar ganhos de médio e longo prazo.

Então é bom não só que a gente traga motivação como parte do presente, mas que a gente também fragmente, por exemplo, as respostas. Ao invés de eu pensar “vou fazer isso todos os dias pra daqui 10 anos eu ter o resultado”, eu posso pensar “o que que eu espero ganhar em uma semana ou em um mês?”. 

Ainda que o objetivo seja somente “hoje eu quero levantar da cama cedo e dar uma volta. Amanhã meu objetivo é colocar uma roupa de ginástica e dar uma volta. Depois o meu objetivo vai ser andar por 5 minutos a mais”. Até que um dia o seu objetivo vai ser cumprido porque fazer atividade física todo dia nesse horário virou um hábito graças às pequenas metas cumpridas.

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