Parada obrigatória

E o seu corpo, vai bem?

O que foi falado no Plenae em maio

31 de Maio de 2023


Estamos chegando novamente a mais um fim de mês - e que bom ter você por aqui mais uma vez! Se você nos acompanhou ao longo de maio, pôde perceber que nos dedicamos a pensar na nossa morada em suas várias possibilidades e abordagens. Se você não nos acompanhou, não tem problema! Vem com a gente que no caminho a gente te conta. E atenção: tem um spoiler no final desta newsletter!


Se você ainda não conhece…
Está na hora de conhecer! Estamos falando dele, o seu assoalho pélvico. Essa região, formada por ligamentos, músculos e tecidos conjuntivos fibrosos, resistentes e elásticos, fica localizada no final do trato gastrointestinal, do trato urinário e do aparelho reprodutor. Fortalecê-la pode ser mais importante do que você imagina.


Assistiu e relaxou
Os vídeos ASMR são a sensação do momento! Seja vídeos de sussurros, embalagens sendo abertas, pincel de maquiagem no microfone, mastigação, não importa! O estilo veio para ficar e tem sido cada vez mais estudado por um motivo: esses atos simples mexem com uma região específica do nosso cérebro



Big girls cry sim!
Se você que está nos lendo tem o péssimo hábito de segurar o choro, nós temos uma notícia importante: chorar faz bem! Ao contrário do que fomos ensinados ao longo da vida, verter em lágrimas é um mecanismo importante do nosso corpo para restabelecer o equilíbrio e até lubrificar nossos olhos. Vem entender mais!



Rocky Balboa, é você?
E se o assunto é corpo e tendência, não podíamos deixar de falar do boxe! Neste artigo, começamos contando a história da modalidade e quais são os benefícios desse exercício que todas as influenciadoras parecem estar fazendo. Mas você também vai encontrar as vantagens da modalidade luta no geral. Prepare-se!



Love is love
Essa afirmação, que deveria ser óbvia, infelizmente ainda não é para muitos. No Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, mergulhamos em dados tristes sobre a situação dos LGBTQIA+ no país. Também demos dicas de como combater esse preconceito dentro de você mesmo. Todos os corpos importam!

A religião da Madonna
Assim ficou conhecida a cabala nos anos 90. Mas a verdade é que essa filosofia existe há mais de 2 mil anos e é um braço de outra crença ainda maior: o judaísmo. Neste artigo, te contamos um pouco mais sobre a história que há por trás da cabala e quais são os ensinamentos dessa corrente que você pode colocar em prática.



Quem economiza, tem quando precisa
Aí na sua família, você já ouviu esse ditado? Guardar dinheiro é um dos ensinamentos mais clássicos passados de geração em geração. E não é pra menos, afinal, é essa reserva que te ajuda a realizar sonhos e te socorre em momentos difíceis. Neste artigo, te demos dicas para começar a sua poupança



Hora de mergulhar!
Esse é o convite das nossas crônicas quinzenais: uma pausa no seu dia para refletir com muita poesia sobre o que realmente importa. Em maio, falamos sobre o resgate da mulher que há por trás da mãe no dia das mães. Também olhamos para aquilo que nos visita de tempo em tempo: os sonhos! Vem mergulhar você também.



E o seu intestino, como vai?
A saúde do intestino é importante e não deveria ser motivo de constrangimento ou piada. O nosso “segundo cérebro” pode ser acometido por doenças autoimunes sérias, que causam bastante desconforto para quem as sente. E a campanha do Maio Roxo que te contamos aqui quer falar sobre esse tabu que habita entre nós.



Os vários jeitos de maternar
E se dedicamos uma crônica ao dia das mães, não poderíamos deixar de dedicar o nosso queridinho Tema da Vez também. Em maio, nossa newsletter mensal se aprofundou na maternidade para entender suas várias possibilidades e as cobranças e culpas que ainda castigam as mães.
Se você leu tudo até o final atrás do spoiler, essa é a hora de te contar: temos temporada nova no ar! Isso mesmo, a décima segunda temporada do Podcast Plenae chegou no finalzinho do mês com a empreendedora Fernanda Ribeiro, representando o pilar Contexto. Foi um aperitivo para te deixar curioso com o turbilhão de sentimentos e trajetórias que vêm por aí! 

Fique com a gente em junho e prepare-se para se emocionar mais uma vez. Nos vemos lá! 


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#PlenaeApresenta: Adriana Barbosa e a a potência da ancestralidade

O Plenae Apresenta a história da empreendedora Adriana Barbosa, participante da nona temporada do Podcast Plenae!

12 de Setembro de 2022



Por trás de sua história, há ainda a história dos que vieram antes de você. Pavimentaram caminhos para que hoje você possa caminhar. Esse pensamento se intensifica quando falamos da história da negritude no Brasil, um lugar que melhorou, mas ainda precisa evoluir muito para se tornar menos hostil aos negros.

A empreendedora Adriana Barbosa sabe disso, mas essa sabedoria veio com o tempo, com a maturidade e com suas vivências pessoais. Representando o pilar Contexto na nona temporada do Podcast Plenae, ela começa seu relato dizendo justamente que, em sua família, não haviam conversas raciais frequentes, talvez por serem dolorosas demais.

Crescida em um modelo matriarcal, foi mais uma criança vítima de uma paternidade ausente durante a infância, mas contava com sua mãe, avó e até bisavó para viver e sobreviver. Foram muitos os percalços: separação do núcleo familiar, reencontro, trabalho precoce, entre outras.

“Durante os meus primeiros anos de vida, eu morei com a minha mãe e a minha avó na casa dos patrões. Até que uma das minhas tias sugeriu me levar, pra eu ter uma vida melhor. Esse ciclo de distanciamento não era novidade na minha família. A mesma dinâmica aconteceu com a minha avó, com a minha mãe e com o meu irmão Douglas. Só o Rafael, meu irmão caçula, conviveu mais tempo com a minha mãe”, conta. 

Após um período afastada de sua mãe de sua avó, Adriana retorna a São Paulo para morar com elas em uma casa comprada com o apoio dos patrões de sua avó, e posteriormente para um sobrado ainda melhor, em um bairro de classe média, mas simples comparado aos outros. Era uma clara ascensão financeira, mas também foi fruto de frustrações, pois por viver cercada de pessoas de classe média é também viver cercada de pessoas brancas e com condições financeiras melhores do que a sua. 

“Apesar de não ser um bairro periférico, eu me sentia à margem o tempo todo. Na minha classe, mesmo sendo uma escola pública, só tinha mais um negro. Quando o assunto era namoro, era como se eu só pudesse ser aceita por ele. Eu nunca era escolhida para dançar nas festinhas. Não lembro de ter recebido um correio elegante numa festa junina”, conta. 

Se o dinheiro apertava, sua bisavó e avó logo se mexiam para inventar e reinventar. Mesmo carecendo de estudo, o tino comercial pulsava na veia de sua família e hoje pulsa dentro dela, que acredita ter esse bom desempenho no mercado por herança quase que genética.

Aos 15, ela arranjou seu primeiro emprego e, desde então, não parou mais de trabalhar. Foi em um emprego na Rádio Gazeta que ela amadureceu ainda mais e fez amizades importantes, com outras meninas negras que validavam sua existeñcia e apresentavam para o mundo da cultura, porta de entrada para que ela compreendesse melhor o que significava ser uma mulher jovem negra.

O empoderamento que a música lhe trazia era tanto que ela passou a frequentar reuniões do movimento negro organizado e se radicalizou, ainda que momentaneamente, nessa grande epifania racial que seria tão necessária pra toda sua trajetória futura.

“Foi nessa época que eu me aproximei do meu pai. Ele e toda a minha família paterna é sambista. Meu pai é um dos fundadores do Grupo Mé Menor, e ele ajudou a construir a comunidade do Samba da Laje, uma das mais tradicionais do samba paulista. A reaproximação com o meu pai marcou também a minha aproximação com a cultura afro-brasileira”, relata.

Foi quando ela pediu demissão da Gazeta e passou a trabalhar no lugar dos seus sonhos: a gravadora Trama. Por dois anos, ela esteve nas nuvens e em contato com artistas que eram seus ídolos, mas a demissão desse mesmo lugar foi o início de uma depressão transformadora, que ela ainda não tinha dimensão na época.

“Foram as minhas amigas que me ajudaram a lidar com aquele sentimento de frustração, decepção e autopiedade. Depois de sair do banzo, o meu primeiro passo foi separar minhas roupas bacanas pra tentar vender nas ruas e feiras da cidade. Esse era o meu método de “sevirologia”, a arte de saber se virar. Minha parceira de sevirologia era a Deise Moyses, que vendia pastel na feira. Dessa experiência eu comecei a idealizar a Feira Preta, um evento pra valorizar produtos e serviços de empreendedores negros”, relembra. 

A primeira edição da Feira Preta aconteceu em 2002, quando Adriana tinha 22 anos de idade. Ela e sua amiga Deise escolheram a Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, por ser um lugar aberto, bonito e acessível, e também por já ter uma cena de feiras e mercados alternativos. e uma população de jovens negros frequentes por lá.

“No dia da feira, eu pendurei faixas nas ruas para sinalizar o local, ajudei a montar as barracas e varri o chão. Junto comigo estavam minha avó, meu avô, minha mãe e meus irmãos. Eu tinha medo que ninguém aparecesse e fiquei plantada em pé, na esquina da rua Teodoro Sampaio, olhando em direção à saída do metrô Clínicas. Até que eu comecei a ver mulheres, homens e crianças com tranças, black power e cabelos alisados. Gente com pele mais ou menos retinta. Sete mil pessoas parecidas comigo lotaram a praça, numa das regiões mais ricas e brancas de São Paulo. Foi ali que o sonho começou a se tornar realidade”, diz.

A Feira Preta passou a ser realizada anualmente, tamanho o sucesso. Com muitos percalços, ela se transformou no maior evento de cultura e empreendedorismo negro na América Latina. Tem venda de roupas, acessórios, artesanato, e também muita música, bate-papos e palestras. A Feira Preta deixou de ser um evento de um único dia para se transformar num festival de programação extensa, em cidades fora de São Paulo também.

Hoje, ela tem o privilégio de encontrar propósito em todos os seus dias de trabalho. Mas, para a quantidade de coisas que ela já fez na vida, era pra ela estar muito mais rica - e fica a questão no ar: se fosse uma mulher branca, provavelmente ela estaria.

“As mulheres negras são as que mais estudam, as que mais estão dentro do mercado de trabalho informal, as que mais empreendem, mas ainda estão na base da pirâmide. Por que? Por que ainda tem tanta diferença, se nós contribuímos tanto para o desenvolvimento desse país?”, questiona-se.

Adriana enxerga-se como uma ponte, uma viabilizadora de sonhos, sem nunca esquecer que ela é soma de todas as mulheres que vieram antes dela e sustentaram sua caminhada. “Eu chamava a minha avó de sócia, porque a aposentadoria dela foi a grande financiadora da Feira Preta no início. A minha vó me ajudava até a pagar a passagem de ônibus. A forma como tomo decisões, como insisto naquilo em que acredito, como crio, busco soluções e até mesmo a minha mania de ser forte o tempo todo… Tudo isso é herança. E, por acreditar nesse legado, tenho trabalhado para transformar a sobrevivência negra em uma vida cada vez mais livre e realizada”, diz.

Você sabe reconhecer os que vieram antes e pavimentaram seu caminho? Reconhecer suas heranças é reconhecer sua própria identidade e apropriar-se dela. Saiba reconhecer também o legado negro, há mãos negras por toda a parte que tocamos, e é preciso que isso seja sempre lembrado. Ouça mais dessa história apertando o play por aqui ou no seu streaming de preferência. 


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