Parada obrigatória

#PlenaeApresenta: O livro “A morte é um dia que vale a pena viver"

O best-seller da médica geriatra Ana Claudia Quintana Arantes busca, por meio de sua experiência com cuidados paliativos, falar sobre nossos propósitos de vida

5 de Novembro de 2020


Em uma pesquisa inédita encomendada pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep), realizada pelo Studio Ideias e divulgada há 2 anos, 68% dos brasileiros revelaram não se sentirem prontos para lidar com a morte ou ao menos falar sobre ela.

Ainda na mesma pesquisa, que conversou com mil entrevistados, 74% afirmam não falar sobre a morte no cotidiano, e, em uma escala de 1 a 5, a avaliação sobre estar pronto para lidar com a morte ficou em 2,6. Entre jovens de 18 a 24 anos, somente 21% afirmou falar sobre o tema no cotidiano.

Você confere esses e outros dados em matéria no portal BBC , mas uma coisa é clara: o tema da finitude é ainda muito prematuro e temido para nós, aqui no Brasil. Isso torna debates sobre legado e futuro muito difíceis em conversas familiares, como mostramos nesta matéria .

O tabu é tanto que dificulta também o trabalho dos profissionais de Cuidados Paliativos - ou seja, que dedicam-se a “prestar assistência, promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais” segundo definição da Organização Mundial da Saúde.

E é sobre isso que trata o livro da médica geriatra Ana Claudia Quintana Arantes, “A morte é um dia que vale a pena viver”. Mais do que esmiuçar alguns pormenores técnicos que a medicina enfrenta na reta final de um diagnóstico terminal, a doutora também se derrama em poesias, traz as dificuldades que a área enfrenta no país e se dedica a falar sobre a família.

Porém, o tema central de um livro que tem morte em seu título, é falar justamente sobre a vida. Por ter visto a finitude humana tão de perto centenas de vezes, Ana Claudia adquiriu um verdadeiro conhecimento de causa sobre as principais queixas de seus pacientes em seus finais.

Arrependimentos, alegrias, angústias, saudades, dores, vitórias. Uns solitários, outros rodeados. Alguns religiosos, alguns ateus. Ricos e pobres - afinal, ela atende em hospital público e também em particulares. O fim, nossa única certeza em vida, é implacável e chega para todos, mas passamos anos a fio ignorando esse fato.

Pensar sobre a morte não precisa necessariamente ser de forma mórbida, como nos ensina a autora. O pensamento, na realidade, pode operar justamente como um despertar. Algo que nos faz tomar consciência de nós mesmos e de nossas escolhas ainda em vida.

Uma vez que você encara a morte de frente, tudo ao seu redor passa a ter um novo significado, e para isso, não é preciso estar em alguma condição clínica terminal. Você pode começar hoje a ressignificar seus atos, suas relações, sua espiritualidade e tomar as rédeas de um destino que, lá na frente, o fará sentir orgulho da caminhada.

Fica a recomendação do Plenae tanto do livro, quanto desta palestra no Ted Talks da autora. Confira, a seguir, algumas frases marcantes da obra - cada uma possuindo uma relação com nossos pilares. Boa leitura!

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#PlenaeApresenta: Carlinhos de Jesus e a autoaceitação como caminho

O Plenae Apresenta a história do dançarino Carlinhos de Jesus, participante da nona temporada do Podcast Plenae!

15 de Agosto de 2022



Você se orgulha das suas marcas? O dançarino Carlinhos de Jesus sim. Mas essa aceitação veio com a maturidade, depois de anos tentando vencer o invencível: o vitiligo. No primeiro episódio da nona temporada do Podcast Plenae, tivemos uma aula sobre corpo, ou melhor, sobre a aceitação do mesmo.

Portador de uma síndrome rara chamada vogt-koyanagi-harada, o artista viu primeiro sua visão perder força, logo ele, que precisava tanto enxergar o palco para assim acertar seus passos de dança diante de uma plateia. “Eu dava muitas topadas na rua, porque não enxergava os obstáculos na minha frente. A minha visão de perto também foi afetada. O grau ia aumentando rapidamente e eu comprava aqueles óculos de camelô pra ler. Quando eu precisei pegar uma lupa para ler um texto, eu percebi que estava com um problema”, relembra.

Muitas e muitas idas ao oftalmologista, sem nenhum diagnóstico cravado ou problema resolvido. Nessa altura, Carlinhos já desenvolvia técnicas como medir o palco antes de entrar para saber quantos passos poderia dar para cada lado sem cair ou topar em algo.

Foi quando, em uma viagem para Cuba em uma consulta arranjada, ele descobriu o nome do que tinha e recebeu duas notícias, uma boa e uma ruim. A boa é que essa síndrome iria passar com o tempo, sobretudo depois dos 50 anos - e de fato, melhorou muito hoje aos 69.

A ruim é que ela poderia causar vitiligo, uma doença autoimune dermatológica que tem como sintoma a perda de melanina em algumas partes do corpo, causando manchinhas brancas que podem se estender ao longo da vida. Manchinhas essas que Carlinhos já tinha notado em diferentes partes do corpo, mas não tinha dado muita atenção.

“Realmente tinham aparecido umas manchas brancas nas minhas mãos, no pescoço, no rosto, na virilha. Eu moro em Copacabana. Atravesso a rua e chego no mar. Então, a minha primeira suspeita era uma coisa chamada pano branco, uma micose comum de praia. Eu procurei alguns dermatologistas, passei umas pomadas, mas não adiantou. Alguns médicos tinham apontado que podia ser vitiligo, mas ninguém bateu o martelo, até o doutor Hilton Rocha descobrir o que eu tinha”, conta. 

O mais curioso é que o vitiligo pode se agravar conforme as emoções daquele indivíduo, ou seja, se ficar nervoso ou triste, elas podem piorar. “Como eu levo uma vida muito agitada, com vários momentos de estresse, a pele marca essas passagens. Cada nuvem estampada no meu corpo traz a lembrança de um trabalho que eu fiz. Uma é da coreografia que eu criei pra Comissão de Frente da Mangueira em 98. Outra da Comissão de Frente de 99. Tem uma da primeira vez em que eu subi no palco com a Marília Pêra. E por aí vai”, pontua. 

Foi depois de confidenciar a dois amigos próximos a sua condição que ele percebeu que não há nada de errado com ela. Era preciso aceitar algo que não teria cura e mais, algo que fazia parte da sua história e de quem ele era. “Eu escondia tanto a doença, que eu escrevi um livro sobre a minha vida e nem citei o vitiligo. Não era tanto por mim, mas porque eu me preocupava com a opinião alheia. Eu tinha medo das pessoas acharem que era algo contagioso. Ou que me vissem como um relaxado que não se cuidava e pegou micose”, desabafa. 

Hoje, Carlinhos responde cada vez menos às críticas e exibe suas “nuvens”, como ele apelidou suas manchinhas por aí, sem medo de ser feliz e servindo de inspiração para tantas outras pessoas portadoras de “nuvens” também. “Eu fui entendendo que o preconceito tá nos olhos de quem vê. É do outro, não é meu. Ah, você está olhando pra minha mancha? Eu tô olhando o seu desrespeito. E da mesma maneira que eu rejeito o olhar de julgamento, eu também não quero um olhar de piedade. Eu não sou um coitado. Eu tô trabalhando, tô vivendo, tô respirando, tô amando. Eu só quero ser visto como eu sou, com naturalidade”, diz.

Para ele, ter manchas é tão parte de seu corpo quanto ter braços, bigode e olhos. E é com essa naturalidade e alegria que ele encara o que, para muitos, pode afetar seriamente a autoestima. Um show de inspiração Ouça agora este lindo relato na sua plataforma de streaming favorita ou apertando o play por aqui mesmo. 

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